29 de mar. de 2011

O bebê de Rosemary


Rosemary (Mia Farrow) e Guy Woodhouse (John Cassavetes) se mudam para um novo apartamento com a intenção de construir uma família. No novo prédio conhecem Roman (Sidney Blackmer) e Minnie Castevet (Ruth Gordon), um casal de idosos que vivem no apartamento contíguo, e rapidamente se tornam amigos íntimos. Assim começa “O Bebê de Rosemary” (Rosemary’s Baby, 1968), provavelmente o melhor filme de Roman Polanski. O melhor do filme é a verossimilhança com que a história é contada, tudo é muito crível e ao mesmo tempo muito dúbio. Até os momentos finais você provavelmente vai se perguntar “Será que isto está acontecendo mesmo? Será que Rosemary não está delirando?”. A imprevisibilidade é outra marca da película, toda vez que você está propenso a acreditar na visão de Rosemary, algo acontece e lhe faz reconsiderar sua decisão. A imprevisibilidade também marca os personagens, o que fica claríssimo na derradeira cena do filme.


O filme é brilhante em muitos aspectos, tecnicamente não inova, mas tudo é feito muito competentemente. A trilha sonora é excelente e fundamental para criar a atmosfera pretendida pelo diretor, o ritmo lúgubre e a voz doce e feminina, evocando o caráter sagrado da maternidade, da música de abertura contrastam com o jazz calmo dos momentos tranqüilos de Rosemary. Embora o filme contenha em seu âmago uma questão religiosa, este não é o foco. O que Roman Polanski retrata, ajudado em grande parte pelo ótimo trabalho de Mia Farrow, é a transformação física e mental por que Rosemary passa e sua dificuldade em realmente acreditar naquilo que lhe estava acontecendo.


O filme não chega a ser um terror (quase não se vêm cenas grotescas), mas considerá-lo apenas um suspense, dada a sua temática sobrenatural, parece incorreto. Em certa medida poderia se dizer que é um drama, já que o foco é o sofrimento de Rosemary. Então, para evitar escolhas impossíveis, se tivesse que categorizá-lo o colocaria na prateleira dos clássicos. Acrescento ainda que aqueles que professam qualquer religião tendem a aproveitar mais o filme, já que crer fortemente em Deus, significa também crer com a igual intensidade na existência de seu contraponto, o diabo. Por isso estas pessoas tendem a sentir mais medo e tensão, o que torna a experiência ainda mais emocionante.

Ah, e a titulo de curiosidade: este filme é de 1968. No ano seguinte Roman Polanski teve a esposa, grávida assim como Rosemary, morta a facadas pelo culto de Charles Mason. O culto de Charles Mason chamou sua onda de crimes de “Helter Skelter”, em referência à música dos Beatles. John Lenon, por sua vez, morava e foi assassinado em frente ao Dakota Building, o mesmo prédio usado nas filmagens de Rosemary`s Baby. A foto abaixo é ele e a Yoko na frente do prédio. É muita coincidência, não?

Um comentário:

Jujuba disse...

pRa mim é terror, terror, super terros. Ma cago de medo. Não consegui ver esse filme direito. Muito medo.

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