13 de mar. de 2011

Na Natureza Selvagem – filme


Será que Sean Penn vai trilhando o mesmo caminho de Clint Eastwood? Olhem, pelos filmes que ele dirigiu ultimamente, talvez sim.
Dois filmes de Penn eu gostei demais: Milk e Na Natureza Selvagem.
É sobre o ultimo que eu vou comentar um pouquinho aqui.
Como já falei sobre o livro não vou ficar repetindo o que escrevi lá.
Chris McCandless foi um jovem de família rica que, depois de terminar a faculdade com brilhantismo, doa todo o dinheiro que tem, abandona o carro e a maioria dos seus pertences, adota outro nome e cai na estrada, sem nunca mais dar notícias aos pais. Dois anos depois aparece morto num lugar ermo e gelado do Alasca.


O modo como Sean Penn conta essa história é simplesmente poética, lírica. As imagens das paisagens pelas quais Chris passou são selvagens, grandiosas, fascinantes.
As pessoas que ele encontra pelo caminho nos tocam como também devem ter tocado a ele. Mas quem sempre tocou mais o coração das pessoas foi Chris. Quem o conhecia logo queria protegê-lo, alimentá-lo, salvá-lo.


Isto por que ele era inteligentíssimo e cativante. Um rapaz educado e culto, influenciado por alguns escritores, entre eles Jack London, Leon Tolstoi, Henry David Thoreau, Boris Pasternak (Doutos Jivago), autores que, de uma maneira ou de outra, defendiam em algumas de suas obras, que abraçar a vida selvagem era o caminho para o desenvolvimento espiritual e para a verdadeira felicidade.
Ressalto a trilha sonora do filme, que torna as cenas mais lindas e pungentes. A trilha sonora do filme ficou a cargo de Michael Brook, Kaki King, e Eddie Vedder (vocalista do Pearl Jam). Esse trabalho de Eddie Vedder foi seu primeiro álbum solo e obteve nomeação para vários prêmios nas categorias de melhor canção e melhor banda sonora.
Emile Hirsch, o ator que interpretou Chris McCandless impressiona. O rapaz emagreceu muitos quilos para as cenas que mostram Chris perto do fim.
O filme, como livro, não tem uma narrativa linear no tempo. Vai e volta na história de Chris, intercalando etapas da viagem com sua infância.
Esse filme me fez pensar muito sobre as coisas, sobre a vida. A gente passa grande parte da nossa vida vivendo para o futuro, se preparando para o futuro, estudando, trabalhando, planejando, cuidando da família e meio que esquece de ser feliz no presente.
A liberdade que Chris almejou e alcançou, a fidelidade que ele teve com os seus ideais são, em certa medida, um contraponto precioso em relação à vida que a gente leva hoje em dia, onde a busca por melhores condições, dinheiro, bens materiais às vezes se torna tudo.


Claro que a atitude dele é um exemplo extremado que não deve ser seguido, mas é bom saber que ele existiu, que ele se entregou aos seus sonhos. Infelizmente, quase dando razão aos seus críticos, morreu de inanição no Alasca, sua aventura definitiva. Mas nas suas últimas fotografias, já extremamente magro e perto do seu dia final, mostra o mesmo olhar, o sorriso vitorioso. Por certo estava feliz.

O verdadeiro Alexander Supertramp

Recomendo muito.

2 comentários:

Yom disse...

Esse filme é legal, mas fiquei triste depois que vi...

Jujuba disse...

Tu sabes, Yom, se ele tivesse um mapa não tinha morrido. Quando ele tentou voltar o rio estava muito forte e veloz, então voltou para o onibus. Com o mapa ele veria que havia uma travessia a poucos quilometros. Uma pena mesmo.

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