27 de fev. de 2011

A Menina dos Olhos de Ouro - Honoré de Balzac


A Menina dos Olhos de Ouro, Honoré de Balzac, Editora L&PM Pocket, R$9,00

Sinopse: Publicado originalmente em 1835, conta a história de Henri de Marsay – uma espécie de Don Juan, culto, belo, cínico, aristocrata que sabe como poucos mover-se na complexa sociedade do período da restauração da monarquia na França, após a queda de Napoleão – apaixona-se loucamente por Paquita Valdès, sem saber, no entanto, quem a menina dos olhos de ouro verdadeiramente era. A cidade Paris comparece majestosa e sombria nesse romance, do qual ela é praticamente uma personagem.
O romance faz parte da Comédia Humana, o título geral que dá unidade à obra de Balzac. É composta de 89 romances, no entanto a ambiciosa idéia de Balzac era que A Comédia Humana tivesse 137 títulos. É um monumental conjunto de histórias que resulta em um enorme painel do século XIX, dividindo-se em três partes: Estudos dos Costumes, Estudos Analíticos e Estudos Filosóficos.
Friedrich Engels afirma em uma carta a Marx que aprendeu mais sobre a sociedade francesa da época com a obra de Balzac do que em livros de historiadores, economistas e estatísticos da época, todos juntos. Impressionante.
Vemos que Balzac tem o objetivo de tornar-se um gênio. Sua enorme produção literária soma-se aos seus delírios de grandeza. Morreu falido aos 47 anos.
Em A Menina dos Olhos de Ouro ele começa discorrendo sobre as Fisionomias Parisienses: “Um dos espetáculos que reúne o que há de mais assustador é certamente o aspecto geral da população parisiense, povo horrível de se ver, macilento, amarelo e com a pele curtida”.
Então examina cada uma das classes dos moradores de Paris: a classe trabalhadora, as duas burguesias, os profissionais liberais, os artistas, a alta aristocracia, o clero, as mulheres. A análise não é generosa e mostra que toda a paixão em Paris se resolve por dois termos: ouro e prazer.
Nesse contexto surge a história do cínico Henri de Marsay e da misteriosa e intrigante Paquita Valdès. Os dois são poucas “dessas fisionomias, primitivamente sublimes, que continuam belas” em Paris.
A história é moderna para a época em que foi escrita, com clima misterioso e trama obscura. Ainda por cima há o amor entre duas mulheres.
Balzac, com certeza, é um escritor obrigatório e eu estou tentando ler alguma coisa da Comédia Humana. A leitura é fácil e os temas fascinantes.
Recomendo muito.

PS: a minha filha (10 anos) não gostou da capa do livro e pintou roupinhas nas duas moças. Ficou uma gracinha.

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