Gente, estou lendo um livro que é uma verdadeira maravilha. Estou bem no comecinho, mas o livro já me ganhou nos agradecimentos.
Como a geração sexo-drogas-e-rock'n'roll salvou Hollywood - Peter Biskind.
Olhem um pedacinho dos agradecimentos:
Hollywood é uma cidade de fabulistas. Seus moradores vivem de inventar histórias que se recusam a ficar ordeiramente confinadas à tela e, em vez disso, transbordam para a vida cotidiana de homens e mulheres que veem a si mesmos como astros de filmes de suas próprias vidas. Embora este livro conte aos leitores mais do que talvez eles queiram saber sobra a Hollywood da década de 70, não posso me iludir que eu tenha chegado à "verdade". Ao final desta estrada longa e tortuosa pude absorver o impacto da antiga máxima: quanto mais você sabe, mais você sabe que não sabe. Isto é particularmente verdadeiro em Hollywood, onde, apesar das resmas de memorandos e contratos que acumulam poeira nas prateleiras das bibliotecas universitárias, muito pouco do que realmente importa é registrado em papel, deixando uma empreitada como esta na dependência da memória - neste caso a memória de um tempo vinte ou trinta anos atrás. O terreno é distante, e a memória foi enfraquecida por bebidas e drogas.
O livro conta a história da década de setenta de Hollywood, as histórias boas de bastidores, dos diretores, produtores, donos de estúdios, atores, roteiristas, mas principalmente dos diretores que tomaram de assalto a velha e decadente indústria do cinema e criaram algo novo como filmes como Sem Destino, Bonnie e Clyde, O Poderoso Chefão, e muitos, muitos, mais, todos filmes maravilhosos.
Para quem é fã de cinema, como eu, putz, é o verdadeiro paraíso.
Vou colocar um trechino da luta de Warren Beatty para alavancar Bonnie e Clyde:
Enquanto isso, a primeira exibição pública do filme acontecia no antigo prédio da Directors Guild, na Sunset. Beatty convidou os gigantes de Hollywood, os homens que ele admirava e cuja amizade tinha cultivado - Charlie Feldman, Sam Spiegel, Jean Renoir, George Stevens, Billy Wilder, Fred Zinnemann, Samuel Goldwyn, Bill Goetz, entre outros. Era uma atitude extremamente ousada, e seus amigos lhe disseranm que estava maluco, porque não havia nada que essa turma gostasse mais do que descer o pau no pobre coitado que estava estrelando um filme produzido por ele mesmo - algo visto como pura vaidade. Na véspera a revista Esquire tinha publicado uma coluna superantipática de Rex Reed intitulada "Por que o verdadeiro Warren Beatty não cala a boca?". Beatty sentiu-se humilhado , e ainda estava deprimido com a matéria. Passou a sessão toda meio desligado, mal olhando a tela. Bonnie e Clyde estava chegando ao final, o sangrento balé da emboscada. "Naquela época, as pessoas não tinham as cabeças despedaçadas em centenas de milhares de pedacinhos numa cena de cinema", Beatty diz. "Aquela era uma das sequências mais violentas já vistas num filme". Um longo silêncio desceu sobre a sala; pareceu durar uma eternidade. E de repente toda a platéia explodiu em aplausos. Dez fileiras atrás de Beatty, alguém se levantou e disse: "Bom, Warren Beatty acaba de enrabar todos nós."
Estou muito feliz lendo esse livro!
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