As Brumas de Avalon é uma obra de 1979 de Marion Zimmer Bradley em 4 volumes. Retrata a história do Rei Arthur, seus cavaleiros, a ascenção e queda de Camelot.
Mas o diferencial desta história é que ela é contada da perspectiva feminina: Igraine, Viviane (a Senhora do Lago), Morgana, Morgause e Gwenhwyfar.
Não ouso tentar escrever comentários sobre essa obra. Não tenho capacidade para isso. Mas posso dar a dica de leitura a quem interessar possa.
Em primeiro lugar a obra é escrita do ponto de vista feminino. Morgana é a principal narradora, mas também Igraine, Morgause e Gwenhwyfar. Mostra a importância das mulheres nos rumos tomados pelos grandes reis na condução do reino durante duas gerações.
O livro mostra também a transição de um mundo de costumes pagãos, que adoravam a deusa, a mãe terra, a natureza, para o mundo cristão.
Avalon era uma ilha em que eram formados as sacerdotisas e os druidas da antiga religião pagã. Só que, devido à nova fé cristã, esse mundo vai gradativamente se separando do mundo real, só sendo alvançado por aqueles iniciados que sabem encontrá-lo através das brumas.
O que eu gosto muito nesse livro são os nomes. Cada um mais lindo que o outro. Vou contar um pouquinho a história.
Igraine é irmã de Viviane, que é a Senhora do Lago (tipo rainha de Avalon e de todo povo que segue a antiga religião), e de Morgause. Igraine casa com Gorlois da Cornualha e tem Morgana. Igraine se apaixona pelo Grande Rei Uther Pendragon e se casam após a morte de Gorlois. Eles tem um filho, Gwidion, que será Arthur. Este está destinado a unir a Bretanha e cabar com as invasões dos saxões e dos povos bárbaros do norte.
Viviane é mãe de Galahad (mais conhecido pelo apelido Lancelote), que é o grande amor não correspondido de Morgana.
Morgause tem quatro filhos com o rei Lot: Gawaine, Agravaine, Gaheris e Gareth, que serão fiéis cavaleiros de Arthur.
Morgana vai ainda menina para Avalon para formar-se sacerdotisa e Gwidion (Arthur) vai para um lar adotivo, pois corre riscos por ser o único herdeiro do grande rei.
Na época da fogueiras de Beltane e da coroação de Arthur, este e Morgana, já jovens, serão o Gamo Rei e a Sacerdotisa, sendo que os dois, sem saberem que são irmãos, tem relações como deus e deusa da religião pagã. Morgana fica grávida e tem Gwidion, depois chamado de Mordred, que é criado por Morgause (mal criado, na verdade).
Arthur casa com Gwenhwyfar, que se torna uma cristã fanática, influenciando Arthur a quebrar o juramento de governar para todos os povos, pagãos e cristãos, e segundo Avalon. Gwen é antagonista de Viviane e Morgana que tentam a todo custo fortalecer a religião pagã, visto que Avalon, por meio de feitiçarias, colocou Uther e Arthur no trono.
Gwenhwfar nunca consegue ter um filho de Arthur e é profundamente apaixonada por Lancelote desde antes de seu casamento. Lancelote, que a princípio parece desejar Morgana, também cai de amores por Gwenhwfar, formando um interessante triângulo amoroso com Arthur, que sabe desse amor e não se importa se Gwen tiver um filho com Lancelote. Gwen, mesmo sendo uma carola, não deixa de se entregar a Lance. Este revela uma paixão homossexual por Arthur, que talvez corresponda a essa paixão.
E por aí vai essa história contada com todo o clima de misticismo que parece uma névoa, feitiçarias, paganismo e tudo mais.
É muito envolvente esse livro.
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