23 de mai. de 2011

Lady Gaga: Born This Way


Ok, saiu Born This Way, segundo CD de Lady Gaga. Depois de muita expectativa, criada em boa parte pela própria Gaga, o álbum veio e, particularmente, eu o achei muito divertido. Com tantos artistas genéricos por aí é um alivio ver um artista tão envolvido no seu próprio trabalho, e em Born This Way tudo parece refletir os gostos e referências da cantora, é difícil imaginar tais musicas cantadas por outros que não a própria Gaga.
A sonoridade do álbum é menos comercial que a do trabalho anterior (especialmente a versão original do The Fame, que era bem vendável), misturando o dance, o house do leste europeu, o rock e o pop dos anos 90 em 14 músicas bem diferentes entre sí.
A temática das musicas passa basicamente por dois vieses: auto aceitação (nas suas mais diversas formas, não apenas em relação à orientação sexual, como se pode observar em Born This Way, Hair e Bad Kids – o que se justifica pelo histórico de Bullying que ela sofreu durante o ensino fundamental/médio) e religião (Gaga coloca Judas por exemplo, não apenas como um traidor, mas como um catalisador da redenção dos pecados pelo sacrifício de Jesus; Em outra música, a uma certa altura, ela canta “Jesus Is The New Black”, ou seja, ter uma religião é algo que está na moda e algo de que não se deve ter vergonha – isto também se justifica pelo ambiente escolar católico em que ela cresceu). Apesar dos temas espinhosos, nenhuma das músicas é pesada (ou gospel, como outros temiam), todas são divertidas e comportam algum sentido alegórico, o que a artista busca explorar em suas declarações.

A estética criada através das roupas e dos clipes também mudou bastante. Se antes o clima era mais irreverente e calcado no mundo fashion, agora é mais profundo e abrange a arte como um todo (o clipe de Judas, por exemplo, explora o cinema de Felini, enquanto o de Born this way explora o trabalho visual de Francis Bacon, Pablo Picasso e os filmes de Fritz Lang) e incorpora um pouco do visual Rock farofa dos anos 80 – o que salta aos olhos na capa, que também detém um sentido alegórico.
Escutar Born This Way é difícil a princípio, tudo parece ser excessivo e deslocado, mas aos poucos se começa a observar as virtudes do álbum. Eu senti a mesma resistência que senti quando ouvi Bad Romance pela primeira vez. Mas tão logo esta sensação passa ficamos com um álbum divertido e cheio de conteúdo para ouvir. Toda a crítica especializada tem elogiado o segundo trabalho de Stefani Germanotta.

Talvez o maior erro de Lady Gaga seja confiar no público, acreditar num conhecimento musical e artístico prévio que nem sempre existe nas pessoas que a escutam. Se você tem esta bagagem é simples e gostoso escutá-la, se não, parece difícil e chato. Outro ponto que não entendi foi começar a divulgação por Born This Way e Judas, que não estão entre as melhores do álbum. Enfim, é um CD que recomendo mesmo sabendo que muitos vão amar (especialmente os que conhecem e curtem a musica dos anos 90) e outros tantos odiar. O CD está com um preço promocional de lançamento de 99 centavos de dólar para download, uma forma fácil e efetiva de combater a pirataria e o download ilegal, então corram na iTunes store e baixem logo.
Eu recomendo:
- Bad Kids
- Sheibe
- Government Hooker
- Edge of Glory
- Americano

P.S.: Desculpem a ausência, eu estive muito, muito ocupado.
P.S. 2: Lady Gaga vem ao Brasil ano que vem, então que gostar do disco vá guardando uns trocados aê...
P.S. 3: PAUL MCCARTNEY está no Rio esbanjando simpatia!!! Paul, we love you!!!
P.S. 4: Amanhã eu falo de uma banda de Synth Pop que eu tenho escutado muito ultimamente, o Chromeo!

2 comentários:

Anônimo disse...

Tb gostei muito do CD, algumas músicas me lembraram o CSS

Yom disse...

O CSS, certeza??? : I

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