8 de abr. de 2011

Sobre Bolsonaro



Eu tenho amigos e amigas gays. Pessoas da melhor estirpe que trabalham e vivem uma vida digna e honrada como qualquer um de nós. Pessoas que têm sofrido bastante com a repercussão que as declarações de Jair Bolsonaro têm tido. Ser gay, ao contrário do que este senhor afirma, e ao contrário do que muitos pensam (e do que eu pensava até um tempo atrás), não é uma escolha, é uma condição. É tão nato a cada indivíduo como a cor da pele, a cor dos olhos ou o tipo de cabelo. Imagino que, pelo imenso preconceito que sofrem, se os homossexuais pudessem escolher ter atração sexual pelo sexo oposto o teriam feito. Mas as coisas não são assim. Não há como se condenar uma pessoa por ter nascido negra, branca, rica, pobre, brasileiro, etc., logo, é uma burrice infinda condenar alguém por ser gay.

Vendo o "Te dou um dado" um dia desses assisti a Lele e a Clarah contestarem o espaço que foi dado a Jair no CQC, dizendo que isto o deixa em evidência e o coloca como uma opção política para as pessoas que pensam como ele. Em parte concordo, pois acho que a democracia tem que ser exercitada em prol da própria democracia, ou seja, em favor do respeito aos direitos e opções individuais de cada um e não em favor de posições políticas absolutamente ultrapassadas e merecedoras não só do escárnio, mas também do desprezo público. Porém, também entendo que este tipo de pensamento pode apenas camuflar ao longo do tempo um sentimento homofóbico ou racista que tende a se perpetuar caso algo não seja feita para mudá-lo. O ideal é que não hajam pessoas que pensem como Bolsonaro pelo país, e já que as coisas estão expostas do jeito que estão é hora de discutir o tema a fundo e tentar abrir a cabeça das pessoas.

Não vou negar que já vi, por exemplo, gays fazendo sexo no parque Sarah Kubtischeck, perto de meu apartamento, mas estes são uma minoria que merece ser punida não pelo fato de ser homossexual, mas pelo crime de atentado violento ao pudor que comentem, da mesma forma que um casal hétero deveria responder. Contudo, estes são a minoria e não é justo que um mar de pessoas sejam tachadas do que quer que seja por causa deles. Seria a mesma coisa que olhar para certas mulheres e concluir que todas são vagabundas, ou olhar para certos homens e concluir que todos são idiotas. Enfim, é um absurdo. Enfim, o que quero dizer é que promiscuidade não é coisa de gay, ser promíscuo ou não depende de orientação sexual!

O pior de tudo é que Jair virou sinônimo de IBOPE e está recebendo convites para aparecer em diversos programas de TV. Ontem mesmo esteve no Superpop. Não podemos deixar que uma pessoa como essa continue tendo espaço onde quer que seja para dizer as impropriedade que dissemina e infectar as cabeças fracas com suas idéias descabidas. Por isto chega, fora Bolsonaro, fora de nossa TV e fora de nossas instituições!

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