Em meados de 1963 a fama dos Beatles já era uma realidade no Reino Unido. Não se podia dizer a mesma coisa em relação aos Estados Unidos. A Capitol Records, subsidiária da EMI, se negou a gravar e distribuir os singles “Please please me” e “From me to you”, responsáveis pelo sucesso da banda em solo Europeu. Coube a outras gravadoras de menor porte distribuir as músicas, assim a Vee-jay records lançou os singles da banda sem muito sucesso, sendo seguida pela Swan records, que lançou o single “She loves you”, que embora tenha levado à primeira aparição do grupo na TV Americana, no programa de Jack Paar, também não alcançou o sucesso.
Foi necessária a intervenção do empresário da banda, Brian Epstein, que não apenas convenceu a Capitol Records a gravar e distribuir o single de “I wanna hold your hand”, como também conseguiu agendar uma apresentação do grupo no Programa de Ed Sullivan, um dos campeões de audiência então.
Depois disto “I wanna hold your hand”começou a tocar nas rádios, o que levou seu single a vender um milhão de cópias em dez dias, recebendo da revista Cashbox o título de número um nos Estados Unidos. Já estávamos no início 1964 quando Epstein e a Capitol Records resolveram que era hora de trazer o grupo ao país. Os preparativos foram grandiosos: seis milhões de cartazes espalhados pelas principais cidades americanas, distribuição aos discotecários de LPs da banda, distribuição de jornais gratuitos contando a história da banda, enfim, por um período a America respirou Beatles.
Foi em fevereiro daquele ano que o grupo chegou aos Estados unidos, acompanhados de uma equipe enorme de fotógrafos e repórteres. Cerca de três mil fãs os aguardavam no aeroporto, onde deram uma breve entrevista coletiva, e outros tantos mil em frente ao Plaza Hotel, onde se hospedariam. Dois dias depois de sua chegada se apresentaram no Ed Sullivan Show, conforme negociado por Epstein, onde foram assistidos por cerca de 74 milhões de expectadores (praticamente metade da população americana). No dia seguinte à apresentação todos os jornais falavam sobre eles, uns apoiando totalmente a nova sensação, enquanto outros diziam que tudo era histeria sem motivo e que não seria nada além de uma moda passageira. Quatro dias depois, em 11 de fevereiro, os Beatles fariam seu primeiro show em solo americano.
Logo ficou claro que a histeria produzida na Inglaterra tomaria proporções ainda maiores nos EUA, maior mercado consumidor da época, e as gravadoras Vee-jay e Swan Records aproveitaram para reeditar os singles anteriormente lançados que, desta vez, foram muito bem recebidos pelo público, ocupando ótimas posições nas paradas americanas. Foi nesta época que a Vee-jay lançou o álbum “Introducing the Beatles”, primeiro álbum completo do grupo nos EUA.
Apos a turnê americana o grupo passou a se apresentar fora do eixo EUA-Reino Unido , visitando a Austrália, Nova Zelândia, Escandinávia e Holanda, lugares em que o sucesso repetiu-se, ainda que em proporções menores.
Em junho de 1964 estreou no Reino unido o filme A” hard day’s night” (“Os reis do Iê Iê Iê” no Brasil), considerado um filme Cult até hoje e tomado como um precursor dos videoclipes. O filme ajudou a criar a imagem dos Beatles como as pessoas os conhecem hoje: John o sarcástico, Paul o educado, George o quieto e Ringo o simpático. Além disto, o filme foi acompanhado por uma trilha sonora imbatível. O álbum, homônimo ao filme e lançado no mesmo ano, reúne apenas canções de Lennon e McCartney, sendo o único da banda que conseguiu tal proeza. É a primeira obra-prima dos Beatles, contando apenas com composições originais. O álbum começa muito bem e vai amornando para o final, embora nenhuma musica deixe de ser boa.
Eu recomendo:
- A hard day’s night
- I should have known better (que tem uma versão muito famosa no Brasil)
- If I fell
- And I Love her (também tem uma versão muito famosa no Brasil)
- Can’t buy me love
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