26 de set. de 2010

Kafka

Estou lendo os clássicos sistematicamente. Por dois motivos. Primeiro, uma pessoa que se considera um leitor de verdade tem que ler os clássicos. São muitos, e eu nem sei difinir o que são "os clássicos" da literatura.
Segundo: todos são editados pela Miartin Claret e são baratinhos. Os normais saem por R$12,90 ou mais barato se estiverem em promoção. Os da Série Ouro, como os Irmãos Karamazov, saem em volta de vinte contos. E também tem em todo lugar, até em farmácia.
Então eu li A Metamorfose e O Artista da Fome, de Kafka.
Kafka é um dos escritores mais impressionantes que eu já li. Aquele que te deixa com mais perguntas.
Em Metamorfose, Gregor Samsa, um jovem caixeiro-viajante, arrimo de família, acorda transformado em um monstruoso inseto. Pela descrição dele acho que é uma barata gigante. O mais impressionante é que não há razão ou explicação nenhuma para a metamorfose. Os pensamentos de Gregor são sempre no sentido de poder voltar a trabalhar, pois sua família precisa disso. Afinal esse era o valor de Gregor, pois, após se metamorfosear em  inseto, se torna uma carga imunda e vergonhosa para sua família. Ele não se revolta, não questiona.
Ele sofre pois não consegue se comunicar e por causar nojo em sua família.
Os especialistas dizem que essa obra fala sobre alienação, solidão, mas eu não sou especialsta e, ao acabar de ler a história, não sei ao certo o que pensar.
Mas fico pensando e vou reler. Kafka é assim, te deixa louco...

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